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Descobri o trabalho da Jade Marra pelo Instagram, fiquei encantada pelas cores, pela textura, pelos corpos ali desenhados. Fui buscar mais sobre a artista e encontrei uma entrevista dela super bacana para o site Don't Touch My Moleskine, que agora compartilho com vocês.
– Conta um pouco sobre você, sobre como você se encontrou na arte e o que você mais gosta de pintar?
Sou a Jade, tenho 25 anos e vivo em Belo Horizonte. Em 2014 comecei a cursar artes plásticas na Escola Guignard, onde iniciei meu contato com a pintura. No segundo semestre de 2015, tive o privilégio de receber uma bolsa de um ano do programa Ciências sem Fronteiras para estudar artes visuais na Alemanha, o que foi determinante no meu amadurecimento como artista. Durante esse período, pude me dedicar integralmente a experimentar e entender meu lugar na arte, e foi também quando desenvolvi a série “Toque”, que considero meu primeiro trabalho com maior consistência artística.
A experiência de distância e ausência que vivi durante esse período me colocou em contato com sentimentos muito intensos e com a possibilidade de incorporá-los no meu trabalho. Aprendi aí a encontrar nos meus afetos pessoais a potência do que eu quero criar.
– O que a arte representa na sua vida?
A arte, de um ponto de vista purista e ideal, representa a possibilidade de comunicação num plano sensível. A possibilidade de enxergar o mundo a partir da perspectiva do outro, de ter acesso a novas ideias e experiências. Por outro lado, a arte pode também representar um circuito extremamente restrito e elitista baseado em relações opressoras de poder.
- Como é ser mulher no seu meio?
Outro dia saiu o resultado de um edital ao qual eu estava concorrendo. Dos 9 selecionados, uma mulher. Existem camadas veladas de misoginia nas mais diversas esferas da arte, é vergonhoso. Precisamos estar atentas e conscientes e ajudarmos umas as outras a conquistar respeito e reconhecimento.
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