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Como você gostaria de morrer?

O médico e escritor John Henning Schumann, de Oklahoma, levanta a ideia de as pessoas falarem com familiares sobre o desejo de onde querem estar na hora da morte, se no hospital ou em casa com os familiares.

Sabemos que muitos parentes do paciente em fase terminal irão preferir vê-lo ligado a aparelhos para que fique mais um pouco ao seu lado. Não querem saber se já não mais tem condições de reconhecê-los, nem de ouvir suas palavras quando se aproxima do ouvido, na ânsia de ser entendido e reverter o quadro clínico desse ente querido. Irão questionar o médico e sua capacidade de exercer a profissão. Irão orar pela primeira vez e se entregar à devoção de santos e anjos na esperança de curar seu filho, marido, pai, mãe… Conhecerão pessoas que passam pela mesma agonia e dirão palavras de conforto. Nada os fará desistir.

É o apego excessivo a aquele ao qual devotam toda uma existência. Muitas vezes, não escutam o desejo dele de não querer permanecer ligado a máquinas ou aparelhos, que apenas irão estender um pouco mais sua dor, mas não lhe trará uma melhor qualidade de vida.

Algumas pessoas nunca manifestarão sua vontade, pois não acreditam que um dia irão morrer, ou preferem não abordar o tema por julgar muito distante ainda para pensar a respeito. Como se a idade definisse o tempo de permanecia nessa existência.

Esta reflexão serve para questionarmos nossos atos diante de uma situação semelhante e limite, quando a certeza da despedida é a única que se faz presente, pois todas as possibilidades já se esgotaram. É importante entender que apenas somos passageiros nessa jornada, que tanto nos une quanto nos separa de quem amamos. Escolher o lugar onde queremos passar nossos últimos momentos de vida trará tranquilidade e paz, que é o que precisaremos nesse momento.

Por Rosane Machado

Mestranda em Estudo Sobre as Mulheres, Gênero, Cidadania e Desenvolvimento pela UAB de Portugal.

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