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Como ajudar uma amiga a sair de um relacionamento tóxico?

É uma questão bem difícil. Neste tema já fui a amiga, a psicóloga e a própria pessoa que teve o relacionamento tóxico. Nenhum desses papéis é fácil, mas com certeza a pessoa que está com essa questão é a que mais sofre.

Por isso, se a ideia é efetivamente ajudar essa pessoa, alguns pontos precisam ser considerados. Não é porque somos mulheres feministas que vamos atacar todos os homens sem avaliar a situação como um todo.

Tendo vivido os 3 papéis: de amiga, de psicóloga e da própria pessoa que teve um relacionamento tóxico, percebi que algumas abordagens de ajuda simplesmente não dão certo, e é destas que eu gostaria de falar.

Primeiramente, já me desculpando pela possível ideia de que psicólogos sempre acertam o que dizem e tal, eu já errei feio com algumas amigas: de uma delas eu quase tirei o celular da mão para ela não responder um cara que eu considero “boy lixo”.

Pode parecer uma “proteção”, já que ela não estava sabendo o que fazer, mas com certeza não é eficaz. Esse tipo de intervenção agressiva faz com que eu trate a minha amiga como dependente de mim, incapaz de resolver suas próprias questões sozinha.

O que ela precisava naquele momento era que eu apenas a ajudasse a pensar sobre essa relação. Chamar ele de lixo e dar a entender que ela estava sendo idiota ou submissa por querer atende-lo, só iria fazê-la se sentir mal, incompreendida, desamparada. Eu, igual ao “menino boy lixo”, estava mantendo a dependência emocional da minha amiga.

Outra situação que aconteceu, desta vez em um grupo de amigas, foi bastante semelhante: uma delas contou que havia saído de viagem e que durante esses dias, ficou de “casalzinho” com um cara. Até aí, estávamos achando maravilhoso.

Quando ela começou a contar como havia se desenvolvido a história, explicou que ele havia ficado com outra hóspede que estava no mesmo local alguns dias antes. Resumo: nós falamos a noite toda sobre o quanto ele não tinha tido responsabilidade afetiva com a outra menina, dissemos que ele era escroto e, no fim das contas, esquecemos de conversar sobre a experiência da nossa amiga com ele. Foi um baita banho de água fria nela e este nem era um relacionamento tóxico!

Depois de refletir e pensar sobre isso, vi que muitas vezes as pessoas reagiram das mesmas formas comigo, quando passei por situações semelhantes. Me fizeram o famoso “choque de realidade”. Isso me fez me sentir mal comigo, com a pessoa com quem eu estava me relacionando e com as minhas amigas.

Dito tudo isso, vamos tentar soltar todos esses julgamentos. Todas nós estamos tentando ter relações mais saudáveis com nós mesmas e com as pessoas que nos cercam. Pra finalizar, como eu vi num post muito bem escrito no @“Todas Fridas”, vamos trocar o “Larga esse macho escroto, você está sendo burra” por “Você é linda e querida, vamos tomar uma cerveja?”.

Por Juliana Soeiro

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