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Comece a fazer agora aquilo que você não se acha capaz de fazer


Faz tempo que não escrevo. Começo algumas linhas e paro. Penso em um tema. Desisto. Afinal: “Quem sou eu para escrever sobre isso?” Me sinto uma impostora: não sei nada de nada, mas acho que posso falar sobre tudo. E não posso? Daí vem a mente girando:


“Será que posso ser uma boa profissional?”


“Será que posso vencer aquele concurso?”


“Será que consigo realizar uma viagem sozinha?”


Nossa, fico zonza. São muitos “serás”.


Daí, um certo dia, li sobre a Síndrome da Impostora. Falando bem resumidamente mesmo, é um sentimento que se carrega no peito de que não merecemos o sucesso e que somos uma fraude. Esse sentimento é bem comum e ocorre, principalmente, com mulheres.


Esse é um sentimento muito real entre todos e todas nós, né? É muita coisa para lidar no nosso dia a dia. E não sei você, mas a sensação é a de que a sociedade piorou após o isolamento. Aliás, quando saio na rua acho que todo mundo está mais irritado. Você não tem a mesma sensação?


Além disso, temos as cobranças da vida perfeita. Cobranças de você ser feliz na rede social e de você ser “cool” (isso inclui a preocupação com o meio ambiente, ter sucesso na carreira, ter um corpo bonito, fazer muitas viagens e tirar boas fotos pro Insta).


Isso implica de você ser capaz de se relacionar com todo mundo que você conhece para conseguir mais “likes”.


E já reparou como conhecemos gente? É muita gente. Eu, por exemplo, já não dou mais conta. Não tem como falar com todo mundo no WhatsApp. Não tem como curtir todas as fotos do Insta e do Face. Eu teria que ficar o dia inteiro online!


Daí, depois da exaustão do isolamento de um puerpério e, logo após, um isolamento pandêmico, decidi que mesmo que a voz da Impostora venha ao meu ouvido, eu vou lá e vou fazer. Cansei de me preocupar com o que devo apresentar.


É isso aí. Quero nem saber. Ninguém sabe o que você vive e sente. Do que sentimos tanto medo? Eu estou quase fazendo 36 anos. A vida tá passando e já me vejo fazendo planos para a aposentadoria. Decidi que não tenho mais tempo a perder.


Vou começar a fazer aquilo que não achava que eu era capaz de fazer. Bora?


Claro, respeite o limite do outro, assim como você quer que seja respeitado o seu.


Caroline Tatsch.



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