Numa relação afetiva, quando nos sentimos ameaçados, surge o ciúme. É um sinal de alerta, desejo de controlar o outro, pois o medo da solidão afeta as pessoas e transforma suas vidas em conflito constante por temer ser abandonado.
Entretanto, o pior abandono é o de si mesmo, quando esquecemos quem somos e nos entregamos a uma relação avassaladora que leva a um desgaste, por estarmos impotentes frente a uma situação sem obter o retorno desejado. O ser humano necessita do outro para depositar suas angústias e temores, um refúgio que não encontra em si mesmo. Alguém que simbolicamente preencha esse vazio existencial, que tire a amargura de sentir-se sem nada, de não ser capaz de ir ao encontro do que melhor possui: sua essência. A existência baseia-se em encontros nem sempre gratificantes, porém necessários para levar ao crescimento pessoal. Trocas que se sucedem ao longo da vida, sentimentos que são colocados à prova, desejos muitas vezes sufocados, reprimidos e muitos desencontros mostramos desvios e atalhos imprescindíveis.
O ciúme sempre se faz presente nos momentos de intensa paixão ou simplesmente por uma posse desmedida e egoísta, temerosa de perder o sujeito da jornada. Companheiro que nem sempre está ao lado, mas que de uma maneira ou outra encobre sutilmente o desamparo. Poder sentir ciúme de alguém é sentir-se viva, pois existe um objeto de desejo ao qual lançamos nossa insegurança, e a sensação de estar vibrando com um pensamento obsessivo faz esquecer problemas mais imediatos. Fantasmas sombrios habitam o inconsciente com fantasias que necessitam desse controle, muitas vezes imaginário, fruto de uma mente obcecada. Como você lida com o ciúme?
Abraços!!!
Por Rosane Machado
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