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Maria José Mota Torres é uma mulher de 76 anos nascida em Sucesso, hoje distrito da cidade de Tamboril, no Ceará. Ela, que é bisavó, deixou a escola aos 13 anos, quando concluiu o 3º ano do primário. Primogênita dos 17 filhos de Antônio Mota, viúvo, foi fundamental para ajudar o pai a criar os outros filhos.
A vida dura logo de cara fez com que Maria José tivesse interrompido o sonho de se formar psicóloga, algo que desejou durante toda a adolescência. Décadas depois, aos 69 anos, já com filhos e netos criados, Maria voltou para a escola. Fez supletivo, concluiu o colégio e entrou na Ulbra, universidade localizada em Porto Velho, capital de Rondônia, onde vive hoje, para cursar psicologia aos 71 anos.
A estudante chegou a trancar a faculdade por um ano devido a um problema no joelho. A perseverança e vontade de realizar o que sonhou a vida toda fez com que ela tivesse forças para seguir, apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso e ser aprovada. Agora, receberá seu diploma aos 76 anos de idade.
Maria José tem seis filhos, três bisnetos e mais alguns chegando em breve. Tanta experiência de vida foi fundamental para ela apresentar o trabalho final com o tema: A percepção dos idosos sobre o envelhecimento: os desafios.
“Entrei na faculdade com essa idade. Não repeti de ano nenhuma vez. Voltei a estudar em 2013, depois que me divorciei. Tive dificuldade natural, pela idade, pela falta de base. E agora estou concluindo o curso. Foi a conquista de uma vitória”, celebrou ela, em entrevista a um canal de comunicação.
Antônio Mota, pai de Maria, também nutria o sonho de ver a filha formada. Hoje falecido – morreu aos 96 anos -, ele cursou até o primário, mas viu os outros 16 filhos se formarem. Tudo isso, muito provavelmente, não seria possível se a primogênita não tivesse adiado seus próprios planos em prol da família.
Engana-se quem pensa, porém, que o diploma servirá apenas como símbolo da meta alcançada. Maria José quer seguir com a profissão, respeitando as limitações impostas pelo tempo, mas sem abrir mão do objetivo.
Que delícia esse relato uma inspiração dessas! Sonhar e sonhar!
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