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Até breve

Até breve

– Nossa, o jardim cresceu.

– Cresceu, sim. Alimentado pelo amor, carinho e dedicação.

– É mesmo. Você dedicou muitos anos a ele. Não foi só tempo, não. Lembro que a cada chuvarada, tempestade ou tempo de seca, você não ficava em paz enquanto não conseguia vir até aqui pra ver se tudo estava bem. Algumas vezes chegaste a te resfriar cuidando destas plantinhas. Mesmo aquelas que te espetavam e pareciam refratárias ao teu amor, dedicaste o mesmo carinho e cuidado. Aliás, lembro quando tu me falaste que elas eram as que mais precisavam de cuidado.

– É, mas não foi só isso. Lembro quando fui para o hospital. Eu não estava nada bem, nem pra cuidar de mim. Ah se não fosse tu cuidá-las. Como é bom poder contar contigo, amiga.

– Se tu for começar a falar disso, vou chorar. Aliás, eu e elas já choramos muito, preocupadas contigo. Aqueles dias pareciam eternidades. E o tratamento. Me doía te ver daquele jeito. Mas tu superou como uma guerreira. Vou sentir muita saudade de ti, neste tempo que vou ficar fora, mas preciso fazer isso.

– Também vou sentir tua falta, minha amiga. Se der, vou te visitar no final do ano. Já estou imaginando a viagem.

Com este diálogo, me despeço do blog, levando comigo o amor e o carinho recebido. Este jardim é alimentado da esperança de que todas as mulheres possam decidir por si, sua vida, seu corpo, seu trabalho, sem serem controladas e julgadas. Levo a esperança de que mais guerreiras se juntem a esta causa e levem dignidade para si e para todas as companheiras de todas as idades, cores, profissões, sexualidades, credos e classes. Espero em breve mandar notícias. Vou acompanhando vocês pelo blog. Foi uma experiência incrível. Me sinto mais forte. Obrigada.

Por Ivete Machado Vargas

ivetevargas@gmail.com

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