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“As sufragistas”

Você já assistiu o filme “As sufragistas”? Não sou comentarista de filme, muito menos crítica, apenas gosto de observar como as mulheres são apresentadas. Apesar das cenas fortes, o filme não é uma ficção, e sim é baseado num fato que ocorreu na Inglaterra em 1912, em que um grupo de mulheres lutava para conseguir seu direito ao voto. Se hoje temos o direito ao voto no Brasil, ocorrido apenas em 1932, é graças às mulheres que foram capazes de abrir mão de sua própria vida por uma causa, acreditando que estariam construindo um mundo melhor para todas nós. As mulheres da época, em especial as operárias, que não tinham condições de estudar para obter uma vida digna, tinham que se submeter a abusos caladas, sem poderem expressar sua revolta. Em uma cena em que uma jovem estava sendo abusada sexualmente pelo patrão, na frente de todos, uma outra observava sem poder fazer nada no momento, mas decidiu seguir um grupo de sufragistas em busca de um mundo melhor para si e suas amigas. Porém, na época, qualquer manifestação de repúdio ou descontentamento era considerado um crime e poderia levar à prisão. O filme começa com a seguinte frase proferida por um homem: “as mulheres não têm o temperamento calmo nem a mente equilibrada para julgarem questões políticas, se permitirmos os votos das mulheres, será a perda da estrutura social. As mulheres são bem representadas pelos maridos, pai e irmãos. Uma vez dado o voto, será impossível pará-las. Elas exigirão o direito de serem parlamentares, ministras e juízas”. Sim, de fato ele tinha razão, iríamos querer almejar outros postos que não fossem apenas de cuidadoras e esposas, mas algo que nos satisfizesse plenamente, assim como os homens. A essas pioneiras sou grata diariamente, por arriscarem suas vidas. Muitas ficaram presas, outras tantas foram condenadas à morte por acreditarem que a luta não seria em vão, mas iria beneficiar a todas. Se você não sabe um pouco do como éramos tratadas no passado, assista ao filme, pense a respeito, pois acredito que assim você que não apoia o movimento feminino ficará com outra impressão e talvez até se torne partidária disso, auxiliando nesse processo contínuo pela igualdade.

Ótima semana!!!

Rosane Machado

Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Portugal.

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