“Sou uma mulher em Aleppo que será estuprada em alguns instantes. Não há mais armas nem homens que podem nos proteger dos animais que são chamados de exército do país.” Estas foram as últimas palavras relatadas por uma mulher antes de cometer o suicídio. O medo aterrorizante de sofrer nas mãos de homens que pertencem às forças leais ao governo de Bashar Al Assad a fez desistir da vida. Essa dura realidade vivida pelo agravamento da situação em Aleppo, na Síria, onde pessoas são queimadas pelos ataques aéreos e bombardeios constantes, chamou a atenção do mundo.
Há muito tempo existe o conflito, assim como é sabido que mortes acontecem diariamente, mas a notícia de que mulheres estão se suicidando comoveu a todos, mesmo os indiferentes à dor alheia foram tocados pelo desespero dessas mulheres.
Somos todos impotentes diante dessa situação, assistimos como expectadores aos mais sofridos relatos sem nada poder fazer. Levar um pouco de paz a essas pessoas seria o princípio básico para dar dignidade. Que pudessem viver dias ensolarados sem ameaças que as deixam intranquilas e sem perspectiva de futuro. Mas os dias são sombrios pela fumaça das bombas e destruição constante de prédios e moradias, que deixa o povo desabrigado, que caminha sem rumo. Como ter esperança? Talvez alguns ainda sonhem em encontrar alguém que os levem para bem longe, um lugar distante onde possam ser livres, onde as manhãs são tranquilas e as tarefas diárias feitas sem sobressalto. Porém, enquanto não são resgatados, seus dias se impõem com ameaça constante, e a fuga torna-se a única saída. Algumas pessoas cansadas com os sobressaltos tomam medidas extremas, como essas mulheres, pois não encontram saída imediata para tanto desassossego. A paz merecida está distante, fazendo-as sucumbir a vida.
O que podemos fazer nós aqui de um país tão distante? Fisicamente nada, mas podemos orar e emanar amor e pensamentos de fé, força, desejando que esse povo tão sofrido encontre a paz tão sonhada. Que a ganância de alguns não destrua o pouco de dignidade que ainda resta nesse povo. Que Deus tenha piedade de todos.
Paz no coração!
Por Rosane Machado
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