top of page

As Deusas e a Mulher


2021 me cativou com outro livro, pode ser o ano novo ou a vontade de ampliar meus conhecimentos em psicologia das mulheres. Estou lendo “As Deusas e a Mulher” da autora Jean Shinoda Bolen e resolvi descrever cada deusa, pois os arquétipos das deusas são importantes para nós mulheres (e homens porque não), a fim de entendermos a complexidade feminina.


O livro é bem afrontoso com Freud e Jung que trazem (pelo próprio falo) uma talvez necessidade de rebaixar as mulheres as considerando algo menor que eles, já que são os detentores desse objeto tão requisitado pela visão deles. Jung é um pouco menos sexista, mas ainda assim, atribui a masculinidade características de raciocínio, espiritualidade, capacidade de agir decidida e impessoalmente. Se a mulher possui essas características, para Jung, ela possui um animus masculino bem desenvolvido, mas ainda assim, inferior aos homens que já possuem essas características como naturais.


Para a autora, cada mulher possui o arquétipo de determinada deusa mais desenvolvido que de outras e pode assim convocar o arquétipo de outra deusa para buscar uma maior completude das suas realizações. Todas nós temos mais de um arquétipo e, em determinadas situações eles são ativados. Porém, existe um que é evidentemente mais ativo.


Começarei com Artemis. Ela pode ser requisitada para quando queremos uma força para conquistar objetivos distantes (não românticos). Pra quem assistiu, Artemis tem uma postura muito parecida com a protagonista Anne, da série “Anne with an “e”. Ela tem sua natureza voltada para as aventuras. Tem habilidade de se concentrar em tarefas que lhe são importantes, colocando o relacionamento ou filhos como objetivos secundários ou nem existentes.


De personalidade competitiva, Artemis é naturalmente insubmissa e protesta bastante pelos seus anseios. Não se amedronta com oposições, tem tendência à exploração. Provavelmente escolhe um trabalho por entusiasmo e anseios subjetivos, não por estabilidade financeira. Por instinto, Artemis tem direcionamento feminista.


Para ter um parceirx, Artemis precisará de ajuda das deusas Afrodite (pela sensualidade natural) e pela Hera (que tem motivação maior para intimidade e compromisso). Artemis pode ser idealizada pelas feministas e pelos homens que apreciam as qualidades dela como se fossem atributos masculinos.


Como dificuldade psicológica, Artemis pode causar sofrimento nos demais por vingar-se de quem se coloca em seu caminho de suas ambições pessoais. Pode ser vista como fria por ter como característica certo distanciamento emocional e por ter desprezo pela vulnerabilidade.

Para se desenvolver integralmente, uma pessoa com predominância do arquétipo Artemis deve buscar se vulnerabilizar e se interessar profundamente por outra pessoa. De modo oposto, para alguém que quer ativar e mobilizar o arquétipo da Artemis dentro de si é importante manter os objetivos pessoais em primeiro plano.


Psicóloga Juliana Soeiro

Comments


bottom of page