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As Cordilheiras que nunca vou esquecer

Dia de pegar a estrada e ir para o Chile, vamos até a rodoviária de Buenos de Aires e subimos no ônibus. Já começamos a perceber que a viagem seria no mínimo interessante, pra começar o espanhol já era falado de outra maneira, a empresa do ônibus era chilena e levava muitos chilenos de volta ao seu país. Começo a perceber que já não compreendo várias palavras, que o dialeto era diferente. O que me deixou preocupada, eu sabia um pouco de espanhol, mas escutando conversas, percebi que aquele espanhol eu não sabia era nada. Não me recordo como chama esse profissional, mas no ônibus havia um rapaz, muito simpático que nos acompanhou durante toda a viagem, ele nos servia o café da manhã, e pasmem veio com um caderninho perguntar o que queríamos jantar. Seriam umas dezoito horas de viagem, e a primeira parada seria a janta.

O rapaz passa de poltrona em poltrona perguntando o que gostaríamos de comer, tinha algumas opções, massa com frango, massa com carne ou carne com batatas fritas. Não me lembro que pedi, mas fiz o pedido e aguardei, se passaram dez minutos, uma hora e nada da janta vir, já eram quase dez da noite e nada, achei tudo muito estranho. Mas o que eu não sabia era que todos os passageiros desceriam para jantar em um restaurante no meio da estrada, uma casinha no meio do nada, mas que já estava esperando todos com os pedidos prontos. As mesas? Uma só para que todos pudessem conversar e se conhecer (brincadeira), mas se a ideia era essa, eles acertaram, pois todo mundo começou a conversar e a descobrir de onde vinham e pra onde iriam. Comecei a ouvir as histórias e contar um pouco da minha, uma troca incrível. De volta ao ônibus lá vem o rapaz novamente com o seu caderninho anotar mais um pedido, o que gostaríamos de beber, era como se fosse um digestivo, as opções eram: wisky, pisco com coca- cola ou pisco com suco de limão. Pisco é uma bebida alcoólica chilena, uma delícia, mas muito forte. Escolhi pisco com suco de limão. Mas logo depois, me veio a pergunta: desde quando se oferece bebida alcoólica em ônibus? Minha amiga Carol, não conseguia parar de rir. Bebemos e obviamente dormimos muito. Acordo com a minha amiga me chamando para que eu olhasse para a janela. Quando acordo e olho uma surpresa linda, estávamos nas Cordilheira dos Andes, descendo um caracol de pedras, que dava um pouco de medo, mas com aquela paisagem a sensação era hipnotizante. Estávamos muito próximo do nosso destino e meu coração já começou a pular de tão contente. Eu estava chegando na terra da Violeta Parra.

Por Gabi Oliveira

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