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Ano novo, vida nova?

Não sei por que, mas não acordo muito disposta, meus pés estão inchados e minha perna com uma vermelhidão bizarra! E agora? Tô eu aqui, longe de casa, sem saber muito o que fazer. Carol me olha e diz: é o corpo estranhando essa nova rotina. Ela pode ter dito de forma irônica, mas eu vi muito sentido no que ela disse. Afinal, eu nunca havia saído da minha bolha literalmente, é obvio que o corpo vai manifestar alguma coisa, como quem diz, ta estranho esse negócio! Por incrível que pareça nesse dia fazia frio! Em pleno janeiro portenho! O que tornou ainda mais gostoso caminhar e conhecer a cidade. Ela fica até mais bonita com chuva. Dá vontade de comer o tempo todo, de tomar uma Quilmes em cada esquina, tive a sorte de estar acompanhada de uma mulher que eu admiro: Carol, já conhecia a cidade de cabo a rabo, por assim dizer e por ser artista, me levou em cada lugar que talvez sozinha, com o meu mapinha de turista, não chegaria. Entre papos furados, reflexões e decisões onde passaríamos o ano novo, veio uma questão muito importante! Qual a cor da calcinha que usaríamos para a virada: amarela (dinheiro) branca (paz) vermelha (paixão) Bah! Não dá para usar todas ao mesmo tempo? Não? Ok. Saímos para comprar uma, entra em loja, sai de loja, demos muita risada dos modelos provados (sim pode provar) das cores encontradas. E se eu usar uma de tigresa? Vai dar tudo errado no meu ano? Ele será meio selvagem? Tá e uma azulzinha meio bebe? (NÃO)! Depois de muito pensar sobre essa superstição engraçada, decidimos! Vamos de preta mesmo, neutra, e minha cor favorita

Fizemos algumas amizades durante esses dias, mas em especial uma dupla muito querida, a Carmem e a Juliana, mãe e filha, que também resolveram passar a virada em Buenos Aires juntas. Fiquei admirada com a coragem delas de encarar esse mundo afora sozinhas, já estavam calejadas e eu ali, ouvindo cada história, apreciando cada momento. Organizamos a ceia da virada, compramos algumas espumantes e juntas fomos jantar, o destino da virada seria o Porto Madero, a “orla” portenha. Chegando ao local uma surpresa um pouco estranha, estava tocando uma música do Michel Teló (nada contra, mas também, naquela situação, nada a favor). Decidimos que beber seria a melhor opção. Sentamos em um dos guindastes “estacionados” na Orla e ali ficamos para contemplar a virada. Cinco, quatro, três, dois, um…Já era ano novo! E eu ali, sentada, refletindo de olhos fechados, respirando fundo como se fosse mergulhar em um mar de novidades, o que não era mentira. Abraço minha amiga e, juntas decidimos caminhar pela cidade para respirar um ar novo, já nem tão novo assim, sem festas, sem badalações. Buenos Aires cumpriu seu papel de me mostrar que posso mudar, assim como ela mudou, aos meus olhos. Na verdade sempre seremos os mesmos, mas a forma de como as pessoas nos vêm frente às situações, é que nos faz quem somos. Fortes e resilientes. Que venha 2014, Que venha Chile!

Por Gabi Oliveira

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