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A violência abafada por uma cultura machista

A jovem Russa Agnessa não tem mais esperança de retomar sua vida tranquila, do tempo em que tinha um sorriso solto nos lábios, antes de casar. Diariamente, é recebida a socos pelo esposo, que não admite ser contrariado. Em um determinado dia, quando pediu ajuda para a polícia, na certeza que iria conseguir se desvencilhar do agressor, recebeu uma resposta que a fez desfalecer por alguns segundos, pelo desamparo e pela dor que sentia em todo corpo por causa da última agressão: “não tem como intervir, pois pode destruir a família”.

Esse conceito arraigado de conduta faz com que muitas mulheres não saibam a quem pedir ajuda em situações como a de Agnessa. A maioria se intimida, e com receio de sofrer mais ao denunciar o agressor, silencia. Sua rotina é entregue à sorte do destino, pois não existe quem as proteja de fato. Nos arredores de Moscou, por exemplo, há um abrigo que as recebe apenas por dois meses, terminado esse período têm que procurar outra forma de sobreviver.

Sabemos que os homens russos viveram os horrores da guerra, sendo que muitos não sobreviveram para contar sua experiência. Enquanto isso, as mulheres assumiram sozinhas os lares e a criação dos filhos. Tornaram-se fortes, o que não significa que devem sofrer toda ordem de violência. Ao contrário, devem ser reverenciadas por sua coragem de enfrentar uma vida sem um companheiro ao seu lado.

Como existem mais mulheres no local, muitas se tornaram submissas para encantar um pretendente e tentar viver um verdadeiro amor. Para justificar as desavenças no lar, existe um ditado que exime o homem de seus atos insanos, que diz: “Se ele te bate, é sinal que te ama”.

Que amor sobrevive a atos violentos? Esse homem russo fora robotizado para enfrentar os dias frios expostos aos horrores da guerra, porém não pode fechar os olhos ao mundo. Precisa observar como a mulher de fato deve ser tratada.

Que possamos tocar o coração gelado desses homens a tempo de evitar atos violentos que só trarão tristezas. Peço às mulheres russas que são leitoras do blog (temos muitas) que deem sua opinião a respeito através do e- mail universofemininoemdebate@hotmail.com. Um dos objetivos do blog é compreender o universo feminino do mundo e tentar auxiliar no processo de conscientização do papel da mulher na atualidade.

Ótima semana!!!

Por Rosane Machado

Mestranda em Estudo Sobre as Mulheres, Gênero, Cidadania e Desenvolvimento pela UAB de Portugal.

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