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A Vida nada Invisível

  • luanamachado4
  • 26 de dez. de 2019
  • 2 min de leitura

Ontem eu assisti o fime a Vida Invisivel de Karim Aïnouz que faz na adaptação do livro de Martha Batalha uma aproximação com o melodrama americano dos anos 1950. Com o Rio de Janeiro como cenário, a vida de duas irmãs é colocada como centro desse enredo. Duas mulheres com sonhos, ambições e destinos diferentes, porém barradas pelo machismo patriarcal da época. As irmãs Eurídice (Carol Duarte) e Guida (Julia Stockler) sonham alto, têm a vida inteira pela frente, mas não têm de fato. Elas se separam quando Guida foge para a Europa com um marinheiro e é deserdada pelo pai, e Eurídice sai de casa para se casar e formar família com Antenor (Gregório Duvivier). O filme trata da tentativa de reencontro das irmãs nos anos seguintes, para representar essa busca por uma reparação dos sonhos precocemente largados pelo caminho. E é aí que você começa a criar uma conexão não apenas pela história, mas no meu caso, por ser mulher.

Cabe ressaltar que este melodrama sentimental e épico, passando por várias décadas e cidades (reais ou imaginárias) se estrutura pelo amor entre irmãs, ao invés do amor romântico. Os homens, ignorantes (o pai, interpretado por António Fonseca) ou abestalhados (o marido, vivido por Gregório Duvivier), ficam em segundo plano na história. Os únicos laços duradouros são aqueles que unem Guida a Eurídice, ou ainda Guida à amiga e companheira Filomena (Bárbara Santos), e Eurídice à confidente Zélia (Maria Manoella). As atrizes, muito bem dirigidas, apresentam um desempenho excepcional em cenas exigentes, com destaque para Julia Stockler, de uma naturalidade e força impressionante nos diálogos.

É quase que impossível não se imaginar no lugar delas, nas lutas, nas tentativas de bater de frente com o patriarcado, você começa a entender que essa luta nunca vai acabar e que é preciso sempre estarmos atentas e fortes. A atriz Fernanda Montenegro está no filme e arrebatadora como sempre.

Como forte indicado ao Oscar 2020, A Vida Invisível deve ser assistido e celebrado como uma linda obra do cinema que explora e exalta o feminino.

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