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A realidade da violência doméstica contra a mulher

Na semana passada, estive no 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher de Porto Alegre, local onde irei realizar entrevistas com mulheres que participam de grupos de reflexão, para definir o dia da semana que farei contato com o grupo, assim como para me apresentar e verificar o interesse delas em participarem da minha pesquisa de mestrado.

Tive também a oportunidade de assistir a duas audiências, ambas de casais jovens. As fisionomias estavam marcadas pela dor de uma relação que tinha tudo para dar certo, mas que, por um determinado motivo, seguiu o caminho da violência, levando-os a um tribunal para estabelecerem regras. Numa delas, uma parte não quis comparecer, no caso a mulher, e apenas seu advogado ouvia o cônjuge, visivelmente tenso, que de todas as formas tentava justificar seu ato violento.

Essa busca por respostas do que leva alguém a tomar medidas extremas e agir violentamente me levaram a buscar esse caminho em meu estudo, bem como o que leva a mulher a permanecer em uma relação abusiva, sendo repetidas vezes colocada em situação de abandono, angústia, sentimento de desamparo, entre tantas dores que oscilam no seu dia a dia.

Conheci também a sala de acolhimento, em que as mulheres que terão que rever seus parceiros em sala de audiência recebem total apoio, e muitas, caso precise, são acompanhadas por um profissional de psicologia que a acompanha até a sala.

São seres humanos que chegaram ao limite das emoções, viveram situações conflitantes que exigiram afastamento para romper com o ciclo da violência. Com certeza, a história dessas mulheres que farão parte da pesquisa me fornecerá subsídios para compreender a situação da violência e a repercussão em suas vidas.

Rosane Machado

Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Portugal.

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