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A páscoa de todas nós

Nascer de novo, ressurgir, transformar. A Páscoa é para os cristãos e – acredito que para todos – uma oportunidade de olhar para dentro e refletir. Independente do que Cristo represente pra você, todos conhecemos a história: um homem que ressurge depois de ser injustiçado, maltratado, violentado, exposto, desacreditado, abandonado, traído e morto.

Como dizemos entre amigas para uma situação muito corriqueira “Quem nunca?”. Tirando a parte da morte real, todas nós – garanto que por mais de uma, mais de duas, mais de três ou infinitas vezes já nos sentimos assim: injustiçadas, maltratadas, violentadas, expostas, desacreditadas, abandonadas e traídas.

Mesmo que não uma morte física, todos esses sentimentos nos levam um pouquinho para a sensação de mortificação – desânimo, cansaço, falta de saúde, falta de energia… Sentimos em parte que estamos “mortas” porque a disposição para a vida nos foi temporariamente roubada.

Além dessa sensação, pode ser que algo realmente tenha “morrido” junto para estarmos nos sentindo dessa maneira. Pode ser a morte de uma relação, de uma idealização, de um trabalho, de uma amizade ou de um projeto – o que torna tudo ainda mais difícil.

E agora? Por que não desistir das nossas convicções já que o mundo não respondeu satisfatoriamente às nossas expectativas? Por que não desistir já que ninguém valorizou teus esforços? Porque não desistir já que ninguém ficou ao teu lado? Por que não desistir já que mesmo tendo feito de tudo te traíram e te machucaram?

Na história de Cristo já sabemos o que acontece, mas nas nossas vidas às vezes a decepção é grande demais e é difícil ter resposta a essas perguntas. Não somos deuses e nossa missão não é salvar toda a humanidade.

A resposta que me vem em mente quando passo por decepções e me faço essas mesmas perguntas é que posso me deixar “morrer” por alguns instantes. É necessário viver o ciclo de forma completa e passar pela fase da morte.

Deixar morrer algumas idéias, situações, pessoas, objetos e rotinas que nos identificamos por um tempo e não fazem mais sentido é extremamente importante para podermos renascer em outras ideias, outros projetos, em outras relações, outros trabalhos.




Juliana W. Soeiro Psicóloga – CRP 07/26220 (51) 989.864.043

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