A privação de sono, isto é, dormir menos que o corpo precisa, esconde muitos perigos e um deles está ao volante.
E esse perigo, segundo pesquisa de 2019 da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego e a Academia Brasileira de Neurologia, é responsável por 42% dos acidentes que ocorrem todos os anos no trânsito, sendo a terceira maior causa de acidentes nas rodovias federais.
O ser humano não consegue perceber com precisão quando está privado de sono, quando está passando pela privação.
Após passar meses ou anos em privação crônica de sono, você acaba se acostumando com o desempenho prejudicado e os níveis de energia reduzidos.
Para mostrar os efeitos da falta de sono e riscos de acidentes de trânsito, pesquisadores da Austrália recrutaram dois grupos de adultos saudáveis, um dos quais foi embriagado até o então limite jurídico para dirigir, enquanto o outro foi privado de sono por uma única noite.
Os dois grupos executaram o teste de concentração para avaliar o desempenho da atenção. Após passar 19hs acordadas, as pessoas privadas de sono tiveram a cognição tão prejudicada quanto a daquelas que tinham sido embriagados.
Os adultos precisam de, pelo menos, 6hs de sono de qualidade todas as noites para manter o desempenho cognitivo, menos que isso os riscos de se envolver em acidentes devido a sonolência ao volante aumentam.
Esse risco aumenta exponencialmente a cada hora a mais de privação de sono.
Tendo dormido menos de 5hs o risco de se envolver em um acidente, triplica!
O número de acidentes causados por sonolência ao volante excedem os causados por álcool e drogas
combinados. A sonolência ao dirigir é pior do que dirigir bêbado.
Quando você adormece ao volante você tem um microssono e você
para de reagir por completo.
Mesmo tomando café, o motorista está suscetível ao microssono de 4 a 5 segundos (a 90km/hora, o motorista segue 10 metros adormecido, o suficiente para um acidente).
Abrir janela, colocar música alta, não vão funcionar quando o microssono chegar.
Por isso se você se sentir sonolento ao dirigir, pare! Pare por você e pelas outras pessoas.
Por Amanda Facco
Mentora do sono
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