No post anterior eu falei sobre como foi difícil chegar a Puente La Reina, devido a chuva e as dificuldades. O hostel da Nathália já estava na lista de um dos lugares para dormir. Gaúcha de Porto Alegre, ela fez o Caminho em 2013, lá se apaixonou literalmente, quando voltou para o Brasil soube que seu lugar era lá, então largou tudo e abriu um hostel junto com o seu namorado. Quando decidi fazer o Caminho ela foi a primeira pessoa com quem conversei sobre a ideia, ela muito atenciosa me explicou tudo e disse que muitas coisas são pura vivência, que ela não poderia me explicar tudo, mas que estaria lá me esperando em seu Hostel. Se foi coincidência ou não, eu não sei, mas esse trajeto de Pamplona até Puente La Reina foi muito difícil, dores, chuvas, uma nova queda, eu realmente estava exausta fisicamente, mas quando cheguei no Estrela Guia, a Nati não estava para me receber, mas uma menina ficou responsável por acolher os peregrinos naquele momento até ela chegar.
Entrei e pude perceber espalhados pela casa, bilhetes, a moça que me recebeu disse que eu poderia ler, eram da Nati, em cada bilhete dizia algo, como: Gabi, você está em casa, Gabi, você conseguiu! Aqui tem muito amor e acolhimento para ti. Essas palavras foram direto pro meu coração! E ah! Os bilhetes estavam cortados em formatos de coração e super coloridos! Como aquele dia/noite se tornou para mim pós uma caminhada difícil. Nesse hostel também conheci a Iara, minha mãe do Caminho, como contei no último post.
Juntos fomos jantar pertinho do Hostel e lá contamos nossas trajetórias até ali, e toda aquela tristeza, dor e cansaço foram apagados por muito amor e carinho. A dor física faz parte da vida, dos processos, agora, quando se sabe que tem alguém por perto entendendo a tua dor e te dizendo que sim ela existe, mas que com você pode contar com essa pessoa, essa dor é amenizada, é transformada em algo lindo como gratidão.
Nati, você foi um sol nesse dia chuvoso! Gratidão pelo teu acolhimento e amor.
Por Gabi
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