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13 Reasons Why: Falar ou não falar sobre suicídio?

Fonte da imagem: Adoro Cinema

Essa é uma questão que está movimentando os psicólogos e os profissionais da saúde no geral. Eu estou gostando de ver tantas reflexões profundas sobre este tema tabu, gerado por um seriado de fato polêmico.

Não é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) fazer divulgações acerca de casos de suicídio, por isto, eles usualmente não são expostos pela mídia.

Estava em um momento bom de vida durante o período em que estava assistindo a série e mesmo assim mexeu comigo: senti impotência de não poder mais ajudar uma pessoa que, fatalmente já estava morta. É um sentimento de total desesperança saber que não há mais o que pode ser feito. Fiquei envolvida na culpa e no sentimento de luto dos personagens pela morte da protagonista.

Além disso, ativou gatilhos de situações que – praticamente todos – já passamos na adolescência: bullying, rejeição, assédio, machismo. Como se já não fossem temas mobilizadores o bastante, há quem já tenha passado por abuso sexual: outro tema que é exposto no 13 reasons.

Então, a princípio, havia concordado com alguns autores que opinavam sobre a não divulgação do seriado. Porém, depois de analisa-lo mais a fundo e ler as críticas, percebi que o assunto é delicado demais para uma opinião apressada.

Impactar dessa forma nas pessoas, pegar pesado nas feridas, é que dá polêmica, debate, faz pensar. O perigo é que pode chegar a alguém despreparado para assistir esse conteúdo, que acabe por se envolver de tal forma na trama que agrave sua depressão ou seu sintoma. Neste caso, não recomendo.

O que me pergunto é: Até quando vamos precisar dessas sacudidas pra levar a sério temas como esse? Se o suicídio fosse abordado alguma forma mais ativa não teríamos este choque?

A resposta pra isto está no que vejo como a intenção principal da série: alertar as pessoas sobre a prevenção e o cuidado. Caso os problemas individuais da Hannah (protagonista) e das pessoas que estão ao nosso redor não fossem tidos como “bobagens”, “mimimi” ou ainda com aquele tapinha nas costas dizendo “vai passar”, possivelmente não haveria a necessidade social de impressionar/chocar e mobilizar a todos nós, o público.

Ainda que desconfortável, considero essas “chacoalhadas” essenciais e emergentes pros nossos dias. É sempre válido voltar nossos olhos e nossas mentes para esses questionamentos e pras pessoas que estão ali, bem ali, do nosso lado.

Juliana Wesendonk Soeiro

Psicóloga CRP 07/26220 Contato: ju_soeiro@hotmail.com

Tel: 51.981345357

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