Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio iniciada no Brasil em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade sem fins lucrativos que atua gratuitamente na prevenção ao suicídio desde 1962, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). É uma campanha muito importante, visto que o suicídio “Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas. A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta”, explica o site oficial da campanha.
Existe certo preconceito em abordar o tema, por isso permanece sem voz, como se falar a respeito iria incentivar a prática. Mas como prevenir e salvar tantas vidas? A base está na educação e abordagem do tema entre jovens e crianças, é preciso ensiná-los a falar a respeito das suas angústias, dificuldades da vida, a falar das suas emoções. Como não permitir que uma pessoa carregue apenas consigo seus ressentimentos, para que não venha a criar força dentro de si e num ato de impulso cometer o suicídio? Esse problema de saúde pública deve ser tratado com seriedade.
Imagine o sofrimento psíquico de quem já não tem mais esperança de que a vida lhe vá proporcionar gratificações, de quem perdeu as forças de lutar para viver dignamente e conviver com os demais integrantes do lar ou trabalho, em que o despertar ao amanhecer é o pior momento do dia, pois se depara com sua realidade e impotência diante dela. Muitas vezes, esse estado emocional fragilizado e desconforto contínuo leva o indivíduo a manifestar sinais aos que estão próximos de seu convívio, mas estes nem sempre estão preparados para decifrar os pequenos gestos que podem evidenciar de fato um pensamento ideativo de suicídio.
Assim, fica um alerta aos pais para que não tenham receio de ouvir atentamente a demanda dos filhos, lembrando que é preciso observar detalhes que muitas vezes passam despercebido ou são tratados como estado melancólico – como falar muito em morte, isolamento, mudança brusca de comportamento, insônia. Estes são apenas alguns indícios que podem auxiliar como indicadores, pois pelos números oficiais são 32 brasileiros mortos por dia, número superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
Não esqueça: Falar é a melhor solução!
Ótima semana
Por Rosane Machado
Mestranda em Estudo Sobre as Mulheres, Gênero, Cidadania e Desenvolvimento pela UAB de Portugal.
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